O tempo finge que passa normalmente.
A rotina disfarça o desconforto.
Até que você acorda.
TIC-TAC.
Os ponteiros param de bater. Cada minuto é uma imensidão.
TIC.
Me afundo em pensamentos e não sei o que fazer.
Fico estagnada na mesma pergunta.
TAC.
A sua presença me ignora e eu passo a acreditar que não estou mesmo aqui.
TIc.
Cada passo que me desvia, cada olhar que não me vê. E agora somos dois, sozinhos. Dividindo um espaço que fica cada vez menor.
TAc.
Viajei 50 anos e só se passaram dois minutos.
A tortura do silêncio e o medo de retornar.
Como faço para corrigir meus erros?
Tic.
Quebrar todos os relógios vai diminuir esse cansaço?
Tac.
Acordei do ilusório mundo dos sonhos para uma realidade que me apavora.
O silêncio se tornou meu companheiro.
Tic-tac.
Minhas palavras não são mais doces, elas são ácidas e corroem.
Às vezes parece que meu coração bate acelerado, no ritmo dos ponteiros. Às vezes parece que ele nem bate mais.
E eu continuo sem saber o que fazer. Esperando que as palavras escritas te atinjam mais do que as faladas. Porque minha voz ficou
no barulho dos ponteiros
que eu já nem escuto mais.
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